Ondas de calor: causas, efeitos e como se proteger

Quando falamos de ondas de calor, períodos prolongados de temperaturas acima da média que atingem grandes áreas e duram dias ou semanas. Também chamadas de pico de calor, elas são um sintoma direto da mudança climática, processo de aquecimento global causado pelo aumento de gases de efeito estufa na atmosfera.

O fenômeno não afeta só o termômetro. Saúde pública, conjunto de medidas que protegem a população contra riscos sanitários sente o impacto imediato: maior risco de desidratação, crises de asma e aumento de mortalidade em grupos vulneráveis. Ao mesmo tempo, a energia elétrica, sistema que fornece eletricidade para residências, indústrias e serviços entra em alta demanda por ar‑condicionado e refrigeração, pressionando a rede e elevando tarifas.

Essas relações criam um ciclo de feedback: ondas de calor aumentam o consumo de energia, o que, se a geração depender de fontes fósseis, eleva ainda mais as emissões de CO₂, reforçando a mudança climática. Além disso, temperaturas excessivas sequenciam incêndios florestais, pois a vegetação seca se torna combustível fácil. Em regiões como o Cerrado e a Amazônia, incêndios geram fumaça que agrava problemas respiratórios e reduz a qualidade do ar.

Principais fatores que intensificam as ondas de calor

Primeiro, a urbanização cria ilhas de calor: edificações, pavimentos e falta de áreas verdes retêm calor durante o dia e liberam lentamente à noite. Segundo, o aquecimento dos oceanos altera padrões de circulação atmosférica, favorecendo sistemas de alta pressão que bloqueiam a chegada de ar fresco. Terceiro, eventos climáticos extremos, como El Niño, podem ampliar a duração e a intensidade desses períodos quentes.

Para quem busca medidas práticas, algumas ações são simples e eficazes. Manter-se hidratado, evitar exercícios físicos nos horários de pico (entre 11h e 17h) e usar roupas leves são recomendações básicas de saúde pública. Em casa, fechar persianas, usar ventiladores e, se possível, instalar filmes refletivos nas janelas reduzem a carga térmica interior, diminuindo a necessidade de ar‑condicionado.

Nas cidades, políticas públicas focadas em aumentar áreas verdes, instalar telhados verdes e promover infraestrutura de pavimento permeável ajudam a quebrar o ciclo das ilhas de calor. Do ponto de vista energético, investir em fontes renováveis como solar e eólica diminui a dependência de combustíveis fósseis, mitigando o efeito de retroalimentação entre demanda energética e emissões.

Entender como incêndios florestais, que surgem quando a vegetação seca pega fogo por causas naturais ou humanas se relacionam com as ondas de calor também é essencial. A seca prolongada, combinada com ventos fortes, cria condições ideais para que chamas se espalhem rapidamente, aumentando a carga de fumaça e piorando a qualidade do ar nas áreas urbanas circundantes.

Os próximos artigos da nossa coleção vão explorar cada um desses aspectos com mais profundidade – desde análises de dados climáticos recentes até dicas de adaptação para famílias e empresas. Prepare-se para descobrir como acompanhar alertas meteorológicos, quais tecnologias de resfriamento são mais eficientes e como a legislação está evoluindo para proteger a população das consequências das ondas de calor.

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out, 1 2025

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