Se você acompanha a economia, sabe que as exportações são um termômetro importante. O Brasil tem mantido um ritmo de venda ao exterior que reflete a força de setores como agronegócio, mineração e indústria. Mas o que realmente está acontecendo? Vamos descomplicar os números e entender onde o país está ganhando e onde ainda tropeça.
Nos últimos 12 meses, o valor total das exportações brasileiras cresceu cerca de 7 %, impulsionado principalmente pelos grãos. A soja, o milho e o açúcar lideram a lista, seguidos pelo café e pela carne bovina. Enquanto isso, produtos manufaturados ainda representam uma fatia menor, mas vêm ganhando espaço, especialmente alimentos processados e componentes automotivos.
O agronegócio continua sendo o carro-chefe. A soja chegou a representar quase 30 % do total exportado, seguida de perto pelo milho, que tem sido essencial para alimentar mercados como a China e a UE. O café, que está recuperando participação após a crise do 2022, agora responde por cerca de 4 % das exportações, e o açúcar mantém sua posição de destaque, abastecendo sobretudo o Sudeste Asiático.
Na mineração, o minério de ferro ainda domina, respondendo por quase 15 % do valor exportado. O cobre e o níquel têm ganhado atenção por causa da demanda de indústrias de energia limpa.
Entre os manufaturados, destaca‑se o setor aeroespacial, com peças de aviões vendidas para a Europa, e o de veículos, que tem aumentado as entregas para o México e a América Central. Embora ainda pequeno, esse segmento mostra que a diversificação está em curso.
Um dos maiores obstáculos são as barreiras tarifárias e não‑tarifárias nos principais destinos. A China, por exemplo, tem imposto restrições sanitárias que afetam a carne bovina. Já a União Europeia revisa regras de sustentabilidade que podem impactar o açúcar e o café. Para contornar isso, muitas empresas brasileiras estão investindo em certificações ambientais e em rastreabilidade.
Outra dor de cabeça são os custos logísticos. Embora o país tenha investido em portos e ferrovias, ainda há atrasos que encarecem o preço final no mercado externo. Estratégias como a criação de centros de exportação em regiões menos congestionadas e o uso de rotas marítimas alternativas ajudam a reduzir esse problema.
Mas nem tudo são dificuldades. A transição para energia renovável abre novas portas – o Brasil pode exportar hidrogênio verde, além de biocombustíveis, para mercados que buscam descarbonizar suas cadeias. Também há espaço para produtos de alto valor agregado, como tecnologias agrícolas digitais, que podem ser vendidos como serviços.
Para quem acompanha de perto, é útil ficar de olho nos relatórios mensais do Ministério da Fazenda e da Aneel, que trazem os números atualizados. Além disso, acompanhar as negociações de acordos comerciais, como o Mercosul‑UE, pode indicar mudanças de cenário que afetam preços e demanda.
Em resumo, as exportações do Brasil estão em um momento de crescimento sólido, mas precisam superar barreiras logísticas e regulatórias para alcançar um patamar ainda mais competitivo. Se você está pensando em investir, exportar ou simplesmente entender o que move a balança comercial, acompanhar esses indicadores e as tendências globais é o caminho mais seguro.
O governo Lula prepara um pacote de R$ 30 bilhões para socorrer empresas afetadas pela tarifa de 50% imposta pelos EUA. A ajuda será focada, com crédito barato e uso do Fundo de Garantia à Exportação, sem pressionar o orçamento e com critérios rígidos para evitar abusos.
ago, 10 2025