Plano de Socorro a Exportadoras: Brasil Usa Fundo de Garantia à Exportação para Driblar Tarifas dos EUA

Plano de Socorro a Exportadoras: Brasil Usa Fundo de Garantia à Exportação para Driblar Tarifas dos EUA

ago, 10 2025

Crédito Rápido e Focado para Responder à Crise das Exportações

Que tal um pacote bilionário, mas sem aquela avalanche de dinheiro novo vindo do Tesouro? É o que o governo federal está prestes a anunciar para amparar as empresas brasileiras atingidas pelo golpe das tarifas de 50% impostas pelo governo Trump nas exportações nacionais. A saída encontrada foi recorrer ao Fundo de Garantia à Exportação (FGE), que acumula um saldo de R$ 48 bilhões, guardado e administrado pelo BNDES.

Ao invés de abrir um rombo fiscal, o plano—previsto para ser revelado entre 11 e 12 de agosto de 2025—vai usar R$ 30 bilhões desse fundo para financiar operações de crédito a juros baixos. Só que os critérios serão duros. Cada empresa será analisada individualmente, CNPJ por CNPJ, para garantir que só quem realmente perdeu mercado com as tarifas receba o recurso. A ideia é impedir repetições do programa Perse, que, durante a pandemia, acabou beneficiando setores sem relação com o problema original.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, faz questão de controlar a torneira. Ele quer garantir que as medidas não pesem no caixa público de maneira desnecessária. Assim, não haverá necessidade de aumentar repasses do Tesouro—o impacto será restrito ao endividamento financeiro, sem mexer no resultado fiscal primário. Isso é um alívio e tanto para quem acompanha as contas públicas.

Como Funcionam os Novos Instrumentos de Apoio

O pacote não é só sobre crédito barato. Entre as medidas, algumas têm cara de criatividade em momento apertado. Por exemplo, o governo deve ampliar as compras públicas de mercadorias que perderem acesso ao mercado americano. Imagine pequenas e médias empresas que, de uma hora para outra, ficam cheias de estoque porque não conseguem exportar—o governo pode virar cliente delas, injetando fôlego em setores estratégicos.

No auxílio estadual, São Paulo puxa a fila com uma linha especial de crédito de R$ 200 milhões, taxa camarada de 0,27% ao mês mais IPCA, prazo de até 5 anos e um ano de carência, com limite de R$ 20 milhões por empresa. Rio Grande do Sul corre junto com o BRDE, oferecendo R$ 100 milhões a juros de 8-9% ao ano e prazo semelhante.

Aliás, a urgência é tanta que Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, voltou correndo para Brasília, cancelando agendas em São Paulo para supervisionar os últimos detalhes do anúncio. Ele garante: nada de solução única para todo mundo—o plano é moldado sob medida para cada segmento, com respostas pensadas para o agora e para o depois.

O receio nos bastidores é bem real. Cerca de um terço dos exportadores brasileiros que vendem para os EUA está na linha de fogo das tarifas. Por isso, não tem espaço para erro ou desperdício de dinheiro público. Agora, o governo aposta em medidas cirúrgicas, repensando o velho modelo de subsídios e buscando socorrer na medida, sem abrir brecha para fraudes ou distorções.