Que tal um pacote bilionário, mas sem aquela avalanche de dinheiro novo vindo do Tesouro? É o que o governo federal está prestes a anunciar para amparar as empresas brasileiras atingidas pelo golpe das tarifas de 50% impostas pelo governo Trump nas exportações nacionais. A saída encontrada foi recorrer ao Fundo de Garantia à Exportação (FGE), que acumula um saldo de R$ 48 bilhões, guardado e administrado pelo BNDES.
Ao invés de abrir um rombo fiscal, o plano—previsto para ser revelado entre 11 e 12 de agosto de 2025—vai usar R$ 30 bilhões desse fundo para financiar operações de crédito a juros baixos. Só que os critérios serão duros. Cada empresa será analisada individualmente, CNPJ por CNPJ, para garantir que só quem realmente perdeu mercado com as tarifas receba o recurso. A ideia é impedir repetições do programa Perse, que, durante a pandemia, acabou beneficiando setores sem relação com o problema original.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, faz questão de controlar a torneira. Ele quer garantir que as medidas não pesem no caixa público de maneira desnecessária. Assim, não haverá necessidade de aumentar repasses do Tesouro—o impacto será restrito ao endividamento financeiro, sem mexer no resultado fiscal primário. Isso é um alívio e tanto para quem acompanha as contas públicas.
O pacote não é só sobre crédito barato. Entre as medidas, algumas têm cara de criatividade em momento apertado. Por exemplo, o governo deve ampliar as compras públicas de mercadorias que perderem acesso ao mercado americano. Imagine pequenas e médias empresas que, de uma hora para outra, ficam cheias de estoque porque não conseguem exportar—o governo pode virar cliente delas, injetando fôlego em setores estratégicos.
No auxílio estadual, São Paulo puxa a fila com uma linha especial de crédito de R$ 200 milhões, taxa camarada de 0,27% ao mês mais IPCA, prazo de até 5 anos e um ano de carência, com limite de R$ 20 milhões por empresa. Rio Grande do Sul corre junto com o BRDE, oferecendo R$ 100 milhões a juros de 8-9% ao ano e prazo semelhante.
Aliás, a urgência é tanta que Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, voltou correndo para Brasília, cancelando agendas em São Paulo para supervisionar os últimos detalhes do anúncio. Ele garante: nada de solução única para todo mundo—o plano é moldado sob medida para cada segmento, com respostas pensadas para o agora e para o depois.
O receio nos bastidores é bem real. Cerca de um terço dos exportadores brasileiros que vendem para os EUA está na linha de fogo das tarifas. Por isso, não tem espaço para erro ou desperdício de dinheiro público. Agora, o governo aposta em medidas cirúrgicas, repensando o velho modelo de subsídios e buscando socorrer na medida, sem abrir brecha para fraudes ou distorções.
Leobertino Rodrigues Lima Fillho Lima Filho
agosto 10, 2025 AT 21:50James Robson
agosto 11, 2025 AT 09:43Ana Elisa Martins
agosto 12, 2025 AT 14:53Genille Markes
agosto 13, 2025 AT 15:18Luciano Oliveira
agosto 14, 2025 AT 07:11josias Alves Cardoso
agosto 15, 2025 AT 16:10Meliana Juliana
agosto 17, 2025 AT 08:43Joao Paulo Passos
agosto 18, 2025 AT 20:52Pollianna Godoi
agosto 20, 2025 AT 06:48Mαıαrα.pєrєs є Sαмiяα Bαsтσs
agosto 21, 2025 AT 23:26Ana Flávia Gama
agosto 23, 2025 AT 06:49Diego Carvalho
agosto 24, 2025 AT 02:58Igor Wanderley de Souza
agosto 25, 2025 AT 04:53Joao Nicolau
agosto 25, 2025 AT 22:30Gustavo Rosa
agosto 26, 2025 AT 11:28Danilo Reenlsober
agosto 26, 2025 AT 13:15Marcio Luiz
agosto 27, 2025 AT 22:22Marcio Santos
agosto 28, 2025 AT 23:04fernando gimenes
agosto 30, 2025 AT 21:42Paulo de Tarso Luchesi Coelho
agosto 31, 2025 AT 23:34