Tiroteio com policial aposentado deixa estudante gravemente ferido no Rio

Tiroteio com policial aposentado deixa estudante gravemente ferido no Rio

set, 27 2025

Um vídeo divulgado nas redes mostra o momento em que Igor Melo de Carvalho, de 31 anos, e o mototaxista Thiago Marques Gonçalves fugiam após serem alvejados por Carlos Alberto de Jesus, ex‑policial militar da Polícia Militar do Rio de Janeiro. O tiroteio Rio aconteceu nas primeiras horas de 24 de fevereiro de 2025, na zona norte da cidade, quando Igor voltava de um turno como garçom e era passageiro da moto de Thiago.

Como os fatos foram registrados

De acordo com as investigações, a esposa do ex‑policial, Josilene da Silva Souza, alegou que teria sido vítima de furto de celular entre 1h15 e 1h30. Carlos Alberto arrancou seu carro e perseguiu a moto, disparando duas vezes com arma calibre .38. Igor recebeu um tiro nas costas que atingiu rim, baço, intestinos e estômago.

O estudante foi socorrido e levado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, onde foi submetido a cirurgia de urgência e perdeu um rim. Ainda sob vigilância intensiva, Igor estava consciente, embora em estado crítico devido ao grande volume de sangue perdido e à necessidade de múltiplas transfusões.

  • 01h15‑01h30 – Josilene relata furto de celular.
  • 01h45 – Carlos Alberto percebe a moto e inicia perseguição.
  • 02h00 – São disparados dois tiros; Igor é atingido.
  • 02h05 – Mototaxista e passageiro são detidos pela Polícia Civil.
  • 02h30 – Igor chega ao hospital e passa por cirurgia.

Inicialmente, ambos foram presos sob suspeita de roubo. Contudo, as imagens de câmeras de segurança e o depoimento contraditório do ex‑policial levaram à revisão do caso.

Desdobramentos judiciais

Desdobramentos judiciais

A primeira versão de Carlos Alberto descrevia Igor como armado e usando camisa amarela, o que justificaria, segundo ele, o disparo. Em depoimento posterior, alegou que ordenou a parada da moto e que o estudante fez gestos suspeitos perto da cintura, supostamente para alcançar uma arma, o que o teria levado a atirar duas vezes.

Em maio de 2025, o Ministério Público aceitou a denúncia contra Carlos Alberto, imputando-lhe tentativa de homicídio qualificado. A esposa, Josilene, foi acusada de prestar falso testemunho, já que não há indícios de que o celular tenha sido realmente subtraído.

O caso foi conduzido pelo Departamento de Investigação da Polícia Militar (Corregedoria) e pela Polícia Civil, que recolheram gravações de monitoramento, depoimentos de vizinhos e o laudo pericial que confirmou a origem balística dos disparos.

Além do processo criminal, o episódio reacendeu discussões sobre o uso excessivo da força e a cultura de impunidade entre agentes de segurança. Organizações de direitos humanos já anunciaram protestos e exigem revisão de protocolos de abordagem em situações de suposto roubo.

11 Comentários

  • Image placeholder

    Isabel Cristina Venezes de Oliveira

    setembro 28, 2025 AT 02:33

    Essa história me deixou com o coração apertado. Um garoto só voltando do trabalho e acaba virando alvo de um ex-policial que acha que é a lei andando. Ninguém merece isso, né? 🥺

  • Image placeholder

    Nilson Alves dos Santos

    setembro 29, 2025 AT 17:24

    Essa situação é um alerta pra gente não normalizar violência mesmo quando vem de quem deveria proteger. 😔 Se o cara tivesse chamado a polícia em vez de pegar a arma, tudo poderia ter sido diferente. Ainda dá tempo de mudar esse ciclo, a gente precisa exigir isso!

  • Image placeholder

    Thiago Lucas Thigas

    outubro 1, 2025 AT 14:29

    Conforme as evidências apresentadas, verifica-se uma clara discrepância entre a narrativa inicial fornecida pelo agente e os dados forenses coligidos. A ausência de qualquer prova material referente ao suposto furto, aliada à natureza desproporcional da resposta letal, configura um caso paradigmático de abuso de autoridade. A justiça deve ser impessoal e rigorosa.

  • Image placeholder

    Ricardo Torrão

    outubro 2, 2025 AT 18:38

    Eu não sei como alguém consegue dormir à noite depois de fazer algo assim... A vida do Igor mudou pra sempre, e o cara que atirou tá lá, tranquilo, com direito a advogado e tudo. Isso é triste, mas não é surpresa.

  • Image placeholder

    dhario luiz

    outubro 4, 2025 AT 04:23

    Isso aqui é um absurdo total 😡💔 A esposa inventou um furto e o ex-policial resolveu fazer justiça com as próprias mãos? Peraí... isso é filme de ação, não realidade! 🚨 Precisamos de reforma na polícia AGORA! #JustiçaParaIgor

  • Image placeholder

    Murilo Tinoco

    outubro 5, 2025 AT 04:13

    Claro, porque não? Um ex-policial, armado, com a mente ainda na era do ‘tiro primeiro, pergunta depois’ - isso é o que a cultura do machismo armado produz. O sistema não está quebrado, ele foi projetado assim. E o estudante? Apenas um corpo que interrompeu o drama do herói falido.

  • Image placeholder

    Caio Passos Newman

    outubro 5, 2025 AT 22:44

    Se você olhar pra trás, toda vez que um policial ou ex-policial atira em alguém, o primeiro discurso é sempre ‘ele fez um gesto suspeito’. Mas quem define o que é suspeito? Será que não é só quem tem medo de negros, pobres, jovens? Talvez o celular nunca tenha sido roubado... mas o medo, sim. E ele foi o verdadeiro culpado.

  • Image placeholder

    Sidney Souza

    outubro 7, 2025 AT 09:30

    Isso aqui é um escândalo nacional e ninguém tá fazendo nada! A gente precisa sair da frente do computador e ir pra rua! Protesto, pressão, hashtag, tudo! Se não fizermos algo, o próximo vai ser seu irmão, sua irmã, seu primo! Não podemos ficar calados enquanto isso vira notinha de rodapé!

  • Image placeholder

    Cleber Hollanda

    outubro 7, 2025 AT 22:06
    O cara tá preso mas o sistema tá solto e isso é o que importa. Quem se importa com um garoto que tá no lugar errado na hora errada? A vida é dura e ele deveria ter aprendido a evitar motos a essa hora. O ex-policial só fez o que todo mundo faria se tivesse coragem.
  • Image placeholder

    Vinicius Lorenz

    outubro 9, 2025 AT 17:28

    Este caso exemplifica uma falha estrutural na cadeia de resposta institucional: a ausência de protocolos de desescalada e a sobreposição de competências entre corporações. A percepção de ameaça subjetiva, quando não mediada por treinamento em trauma e viés implícito, resulta em externalizações letais. É um fenômeno de violência sistêmica, não isolada.

  • Image placeholder

    Bruno Figueiredo

    outubro 10, 2025 AT 21:39
    O vídeo mostrou tudo. Nenhum gesto, nenhuma arma, só medo. Eles prenderam o passageiro primeiro. Isso diz mais sobre a polícia do que sobre o que aconteceu.

Escreva um comentário