Quando o Censo Escolar 2024 foi divulgado na quarta‑feira, 9 de abril de 2025, o Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira mostraram que as matrículas em tempo integral na rede pública subiram de 18,2% em 2022 para 22,9% em 2024. O Camilo Santana celebrava mais de 600 mil novos estudantes nessa modalidade, totalizando quase oito milhões de vagas em jornada ampliada.
A política de escola em tempo integral nasceu em 2016, mas ganhou força real apenas a partir de 2021, quando o governo federal criou o Programa Escola em Tempo Integral. Antes, a maioria das escolas públicas oferecia, em média, quatro horas diárias de aula. Hoje, muitas instituições cumprem a carga mínima de sete horas, o que equivale a 35 horas semanais. Esse salto refletiu não só maior investimento – R$ 4,06 bilhões entre 2023 e 2024 – mas também a decisão de alinhar metas a dados concretos, como o próprio Censo.
Os números são claros:
Esses dados mostram que não se trata de um crescimento pontual, mas de uma tendência consolidada.
O avanço não foi uniforme. Na educação infantil, as creches com jornada ampliada passaram de 56,8% para 59,7%, gerando 2.316.214 matrículas – um aumento de 6,8%.
No pré‑escola, a taxa subiu de 12,1% para 15,6%. Já no ensino fundamental, o salto foi mais expressivo: de 14,4% em 2022 para 19,1% em 2024, totalizando 4.051.714 matrículas (crescimento de 8,3%). O destaque foi o ensino médio, que viu a porcentagem de matrículas em jornada ampliada crescer de 20,4% para 24,2%, representando 1.564.455 estudantes e um aumento proporcional de 11,6%.
Enquanto o tempo integral cresce, a EPT não ficou atrás. Em 2024, o número de matrículas na rede pública aumentou em 229 mil, um salto 2,4 vezes maior que o registrado em 2023. Essa expansão reflete a demanda por cursos técnicos que alinhem jovens ao mercado de trabalho, sobretudo em regiões onde o desemprego juvenil ainda é alto.
"Quando a gente cria um programa como o Escola em Tempo Integral, com a meta de um milhão de matrículas, é com base nos resultados do Censo Escolar", afirmou Camilo Santana. "Os avanços são um esforço conjunto, de coordenação entre o Ministério e os estados e municípios".
Mais de 90% das secretarias estaduais e municipais já aderiram ao programa, cada uma apresentando planos de implementação local, conforme a Portaria 1.495/2023. Essa adesão massiva tem sido apontada como um dos principais fatores para o salto de 47 pontos percentuais na quantidade de entes com políticas de tempo integral.
O segundo ciclo do Programa Escola em Tempo Integral (2024‑2025) já contabiliza 943 mil matrículas pactuadas, ainda em fase de declaração até 9 de maio de 2025. Analistas da Educação apontam que, se o ritmo de investimento se mantiver, a meta de um milhão de vagas pode ser superada ainda em 2026.
No entanto, desafios persistem: garantia de qualidade pedagógica, formação continuada de professores para a nova carga horária e a necessidade de infraestrutura adequada em escolas rurais. O MEC promete ampliar programas de capacitação docente e investir em recursos digitais para complementar a jornada ampliada.
Para muitos pais, a ampliação da jornada significa menos tempo de deslocamento e maior segurança para os filhos. Para as escolas, permite oferecer atividades extracurriculares, como laboratórios de ciências, esportes e artes, que antes eram impossíveis por falta de tempo.
Em cidades como Recife, secretarias relataram aumento de 15% nas taxas de aprovação do Ensino Médio desde a implantação do programa.
O Censo apontou mais de 600 mil novas matrículas em escolas públicas de tempo integral, elevando o total para quase oito milhões de estudantes.
Foram destinados R$ 4,06 bilhões ao programa nesse período, recursos que financiaram ampliação da infraestrutura, capacitação docente e recursos didáticos.
A EPT registrou 229 mil novas matrículas na rede pública, um crescimento 2,4 vezes maior que o do ano anterior, refletindo maior interesse dos jovens por cursos técnicos.
O segundo ciclo prevê 943 mil matrículas pactuadas, ainda em fase de declaração, com a expectativa de superar a marca de um milhão até 2026.
Entre os desafios estão a formação continuada de professores para a jornada ampliada, a adequação da infraestrutura nas escolas rurais e a garantia de recursos pedagógicos diversificados.
Willian Yoshio
outubro 7, 2025 AT 05:10Esse salto de 600 mil novos alunos é realmente impressionante.