Se você já ouviu falar de conflitos no Líbano ou de tensões entre Irã e os EUA, provavelmente o nome Hezbollah apareceu. Mas o que esse grupo realmente faz? Ele não é só um nome na TV; é uma organização que mistura política, milícia e serviços sociais, e sua presença molda a vida de milhões de pessoas no Líbano e além.
Fundado em 1982, durante a guerra civil libanesa, o Hezbollah nasceu como resposta à invasão israelense. Apoiado pelo Irã, começou como um movimento de resistência armada, mas logo ganhou apoio popular oferecendo assistência médica, escolas e ajuda humanitária. Essa combinação de força militar e rede social fez com que ele se tornasse uma força política relevante, conquistando cadeiras no parlamento libanês a partir de 1992.
A organização tem três braços principais: o militar (as “forças de resistência”), o político (partido que disputa eleições) e o social (hospitais, escolas, programas de ajuda). O braço militar está equipado com foguetes, armas de curto alcance e, segundo especialistas, tem laços com a elite militar iraniana. No campo político, o Hezbollah participa das decisões do governo libanês, embora mantenha uma agenda que em muitos momentos entra em conflito com outras facções do país.
Além disso, o grupo financia suas operações com doações de simpatizantes, arrecadações em eventos religiosos e, segundo algumas investigações, atividades comerciais e até tráfico de armas. Essa rede de recursos garante que o Hezbollah tenha autonomia para agir independentemente do Estado libanês.
O impacto do Hezbollah vai além das fronteiras libanesas. Ele tem atuação na Síria, apoiando o governo de Bashar al‑Assad, e mantém ligações estreitas com o Irã, que vê o grupo como um baluarte da sua influência no Mediterrâneo. Por causa disso, países como os EUA e a maioria da União Europeia consideram o Hezbollah uma organização terrorista.
Mas o Hezbollah também tem um lado que recebe elogios: seu sistema de bem‑estar. Em áreas onde o Estado falha, ele oferece serviços de saúde, construção de casas e ajuda a refugiados palestinos. Isso gera lealdade entre a população, especialmente nas comunidades xiitas do sul do Líbano.
Recentemente, o grupo tem focado em estratégias de guerra assimétrica, usando drones e ciberataques para complementar o combate tradicional. Essa adaptação deixa o Hezbollah mais difícil de ser combatido pelas forças convencionais.
Então, por que você deve se importar? Porque as decisões do Hezbollah afetam a estabilidade do Oriente Médio, influenciam os preços do petróleo, e podem mudar o rumo de conflitos que têm repercussões globais. Entender seu funcionamento ajuda a decifrar notícias sobre tensões em Israel, acordos de paz na região e até questões de segurança internacional.
Em resumo, o Hezbollah é mais que um grupo armado: é um ator político, um provedor de serviços e um parceiro estratégico de potências regionais. Sua complexidade explica por que ele permanece no centro das discussões sobre paz e segurança no Oriente Médio.
O confronto entre Israel e o grupo militante libanês Hezbollah intensificou-se de maneira significativa. Os dois lados aumentaram os ataques, com receios crescentes de uma escalada regional mais ampla. A ONU pede calma enquanto a violência continua a ameaçar a estabilidade da região.
ago, 26 2024