Se você já ouviu falar de O Auto da Compadecida ou de Romance d’auto, provavelmente já cruzou o nome de Ariano Suassuna. Nasceu em 1927, em João Pessoa, e cresceu entre o Nordeste e o interior de São Paulo, onde estudou direito. Mas a faculdade não foi o que definiu sua carreira, foi a paixão pelos cantos, pelas histórias de cordel e pela religiosidade popular.
Suassuna se mudou para o Rio de Janeiro em 1950 para estudar música, mas logo percebeu que sua vocação era escrever. Em 1955, com o apoio de Oswald de Andrade, fundou o Movimento Armorial, que tinha como objetivo criar uma arte genuinamente brasileira, misturando elementos da cultura nordestina, do barroco e do folclore. O resultado foi um estilo único que aparece em seus romances, peças de teatro e ensaios.
A obra mais conhecida, O Auto da Compadecida, estreou como peça em 1955 e virou livro, filme e série de TV. O sucesso ajudou a colocar Suassuna no mapa mundial e mostrou que a literatura regional pode ser universal.
O Auto da Compadecida mistura humor, crítica social e religiosidade. Os personagens João Grilo e Chicó são figuras do povo, que usam a esperteza para sobreviver a um mundo injusto. A peça prova que o riso pode ser arma contra a opressão.
Romance d’Auto (1974) traz o romance do cavaleiro da morte que vai do Oriente ao Oriente, numa viagem que mistura tradição cabralina e mitologia. O livro é um convite a repensar a literatura como festa, não como obrigação.
Outros títulos como A Pedra do Reino e O Homem que o Fim de 2012 continuam essa conversa entre passado e presente, entre o mito e a realidade.
Além de escritor, Suassuna foi professor da Universidade Federal da Paraíba, onde inspirou gerações de estudantes a valorizar a cultura nordestina. Ele também escreveu sobre música, artes plásticas e cinema, sempre defendendo a ideia de que a arte deve ser feita para o povo.
Hoje, mesmo depois de sua morte em 2014, a obra de Suassuna ainda aparece nas escolas, nos palcos e nas conversas de quem ama cultura popular. Se quiser conhecer mais, comece pelos contos de Entrem Suas Almas ou pela coletânea de textos do Movimento Armorial. Cada leitura revela um pedaço da identidade brasileira que ele ajudou a preservar.
Em resumo, Ariano Suassuna não foi só um escritor, foi um construtor de identidade. Seu jeito de unir o erudito ao popular ainda ensina que a literatura pode ser ao mesmo tempo profunda e divertida. Aproveite e explore suas obras – você vai descobrir que o Nordeste tem muito a dizer ao mundo inteiro.
Uma década após a partida de Ariano Suassuna, seu impacto no cenário cultural brasileiro é profundamente celebrado e lembrado. Nascido em 1927 na Paraíba e radicado em Pernambuco, Suassuna conquistou admiração eterna como dramaturgo, romancista e poeta. Este artigo honra seu legado e a influência avassaladora que exerceu sobre seus admiradores.
jul, 24 2024