Quem disse que futebol é só chute de longe e drible pelo chão? No Beira-Rio, os torcedores do Internacional puderam comemorar uma vitória daquelas que marcam. O time gaúcho voltou a vencer no Brasileirão, depois de quatro partidas seguidas sem sentir o gosto dos três pontos. E não foi um triunfo qualquer: o Colorado bateu o Juventude por 3 a 1, em uma noite recheada de gols de cabeça e cruzamentos precisos.
O começo parecia trazer mais uma noite de pesadelo. Aos 13 minutos, o Juventude pulou na frente. Adriano Martins aproveitou vacilo da defesa colorada e deixou os visitantes em vantagem. O torcedor até se preparou para o pior, mas logo veio a reação.
O empate apareceu rápido. Aos 17, o artilheiro Víor Gabriel subiu no meio da zaga após escanteio cobrado por Alan Patrick e testou firme para as redes, sem dar chance para o goleiro. O Beira-Rio soltou o grito preso na garganta.
O gol mudou a cara do jogo. O Inter passou a dominar, com volume, intensidade, e, principalmente, capricho na bola parada. O segundo gol saiu aos 39 minutos: de novo, Alan Patrick cruzou na medida, desta vez para Tabata, que subiu mais alto que todo mundo e virou o duelo com outro golpe de cabeça. Antes do intervalo, a sensação já era de que a maré finalmente tinha mudado.
Se do lado colorado o destaque foi a precisão dos cabeceios, ninguém pode negar o papel fundamental de Alan Patrick. Camisa 10 clássico, ele foi o garçom da noite: todas as três assistências saíram dos seus pés, com cruzamentos milimétricos que desmancharam a defesa do Juventude. Foi dele também o ritmo da equipe: ditava o tempo, organizava as saídas, buscava o jogo em todos os setores. Deve ter saído aplaudido até por adversário.
Na volta do intervalo, o Juventude tentou mexer as peças. O técnico Fábio Matias viu a zaga perder fôlego e trocou Adriano Martins por Abner, um jovem que, logo na entrada, levou cartão amarelo e pareceu sentir o peso do confronto. Mas nada conteve o ímpeto colorado.
O terceiro gol veio para sacramentar a noite: 12 minutos do segundo tempo, e Alan Patrick decidiu mais uma vez. Mandou o cruzamento na cabeça de Víor Gabriel, que não perdoou. Foi o segundo dele e o gol para colocar a vitória em modo seguro.
Se Juventude esboçou pressão, ela quase não apareceu. O Inter cortava o jogo pelo alto e mantinha o adversário longe da área. O 3 a 1 tirou uma tonelada das costas dos colorados. Afinal, depois de quatro rodadas na seca, nada como vencer diante da torcida, mostrando força onde poucos prestam atenção: na bola aérea.
No fim, o resultado não só espantou a má fase, mas elevou o Inter na tabela do Brasileirão. Para quem vinha pressionado, a noite foi de alívio e recado para os rivais: cruzamento bem feito e cabeceio afiado continuam sendo armas mortais no futebol brasileiro. Quem duvida, que olhe para o placar do Beira-Rio.