Pouca gente percebe, mas basta olhar o calendário do Internacional para ver tamanho do desafio. Até dezembro, o time pode chegar a incríveis 44 jogos. Quem acompanha futebol sabe: agenda lotada assim exige equipe afiada, fôlego, preparo físico de ponta e uma pitada de sorte para escapar das lesões.
No papel, o Inter tem Brasileirão Série A, onde cada rodada conta pontos valiosos na luta por vaga em Libertadores ou título, e compromissos paralelos em torneios continentais, que pesam tanto na moral do clube quanto no caixa. Convencionalmente, as datas já são apertadas, mas anos recentes mostraram que qualquer replanejamento ou paralisação — como as causadas por eventos climáticos ou competições internacionais — bagunça tudo.
Se avançar de fase em todas as competições que disputa, o Colorado não terá respiro. Jogadores podem chegar a entrar em campo duas vezes na mesma semana, praticamente em todos os meses. Isso vira motivo de preocupação para o técnico e para o departamento médico. Lesão muscular, fadiga e até mesmo complicações psicológicas estão sempre rondando quando o ritmo ultrapassa o normal.
Fazer rodízios, descansar titulares, organizar viagens longas: tudo acaba entrando na pauta diária. O Inter precisará usar quase todo o elenco disponível. Gente que raramente veste a camisa pode acabar sendo o herói em algum jogo importante. E olha que, fora de campo, logística não fica atrás do desgaste: viagens interestaduais e até internacionais são comuns, o que significa mais tempo em aeroportos do que em casa.
A pressão também cresce fora dos gramados. Torcida cobra, diretoria reage a maus resultados e as entrevistas coletivas ganham um tom mais tenso. Basta uma sequência ruim de partidas para clima pesar. Por outro lado, um time que segura a maratona, briga até o fim nas competições e ainda consegue mostrar resultado vira exemplo e reforça o sonho dos torcedores mais apaixonados.
No meio desse cenário, a ciência do esporte ganha protagonismo. Nutrição, fisiologia, psicologia e análise de desempenho viram rotina nos bastidores do clube. Pequenos detalhes — como o descanso entre jogos ou a alimentação certa — pesam na hora que o apito inicial soa. Só com tudo alinhado, o Inter vai conseguir transformar o calendário apertado em chance de conquistar algo grande até dezembro.