nov, 9 2024
No dia 8 de novembro de 2024, o Brasil perdeu uma figura emblemática de sua história monárquica com o falecimento de Dom Antônio de Orleans e Bragança. Aos 74 anos, ele faleceu no Rio de Janeiro, após um longo período de hospitalização devido a uma doença pulmonar obstrutiva. Dom Antônio estava internado desde o dia 6 de julho na Casa de Saúde São José, localizada na Zona Sul da cidade. Sua partida marca o fim de uma era dentro da família real brasileira e deixa uma lacuna no legado histórico que ele e sua família representam.
Nascido em 24 de junho de 1950, em meio aos ares tropicais do Rio de Janeiro, Dom Antônio foi o sétimo de doze filhos de Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança. Após concluir seus estudos em Engenharia Civil na Universidade de Barra do Piraí, ele enveredou por uma carreira diversificada que abarcava não apenas a complexidade das construções, mas também a delicadeza das artes visuais. Foi na aquarela que encontrou uma forma de expressão que eternizou a beleza das paisagens brasileiras e arquiteturas tradicionais tanto nacionais quanto europeias. Em vida, ele produziu mais de 600 aquarelas, as quais foram admiradas em exposições por capitais e grandes cidades no Brasil e Europa.
Para além das artes e das estruturas que ajudou a construir como engenheiro, Dom Antônio formou com a Princesa Dona Christine de Ligne uma família que perpetua o legado da casa Orleans e Bragança. Eles se casaram no dia 26 de setembro de 1981, na pitoresca Igreja de Saint-Pierre, em um cenário encantador na Bélgica. Fruto dessa união, Dom Antônio deixa quatro pilares de sua herança: Dom Pedro Luiz, Dona Amélia, Dom Rafael (o Príncipe de Grão-Pará) e Dona Maria Gabriela, que certamente continuarão os valores cultivados por seus pais. Além disso, ele era avô de duas pequenas joias, Joaquim e Nicholas Spearman, que com certeza carregarão os ensinamentos de seu avô na memória.
Desde 2015, Dom Antônio viveu em um refúgio de serenas montanhas, em Petrópolis, na acolhedora Região Serrana do Rio de Janeiro. A mudança para esse pacato ambiente trouxe, sem dúvida, um novo tipo de tranquilidade à vida da família, que ali encontrou um espaço de paz e reflexão longe do turbilhão das grandes cidades. A escolha por Petrópolis não foi ao acaso, pois essa cidade carrega consigo um profundo elo com a história da monarquia brasileira, sendo por vezes escolhida como refúgio por muitos outros antecessores da família real.
Um aspecto muitas vezes discutido, mas pouco compreendido, sobre Dom Antônio é seu papel na linha de sucessão da Casa Imperial do Brasil. Após sua morte, o irmão mais velho, Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança, continua a desempenhar o papel de chefe da casa imperial. A tradição e a continuidade dos costumes são pilares que mantêm vivos aspectos desta nobreza que, embora não desempenhe funções políticas no Brasil moderno, ainda conserva um impacto cultural e histórico significativo entre simpatizantes do monarquismo e aqueles que apreciam as narrativas da história nacional.
Ano | Evento |
---|---|
1950 | Nascimento de Dom Antônio |
1981 | Casamento com Dona Christine de Ligne |
2015 | Transferência para Petrópolis |
2024 | Falecimento |
Dom Antônio de Orleans e Bragança não era apenas uma figura da monarquia extinta; era um brasileiro apaixonado pela cultura e tradições de seu país. Sua morte nos lembra da conexão histórica que o Brasil mantém com suas raízes monárquicas e como essas tradições podem, às vezes, ser um ponto de reflexão sobre a identidade nacional. O legado de Dom Antônio é uma rica tapeçaria de história, arte e amor pela família e pelo Brasil, uma página que se encerra fisicamente, mas que continuará a ser contada e recontada pelas gerações que ele deixa para trás.